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ToggleCuritiba, 20 de setembro de 2017, escrito por Gilson Rodrigues. Desde os tempos pré-históricos, homens e mulheres pintaram desenhos sobre a pele, em todas as partes do mundo, como forma de mostrar suas crenças, seus pensamentos ou como meio de encontrar cura para problemas físicos. A tattoo tribal que conhecemos hoje é um resquício dessa época.
A ideia sobre a tatuagem como forma de expressão pode ter evoluído, mas continua praticamente a mesma da época da tattoo tribal, embora hoje seja mais voltada para a demonstração de liberdade individual, ou uma marca para se destacar entre as pessoas.
A tattoo tribal é uma forma de marcar o corpo representando alguma crença, mesmo que a pessoa não faça parte de um grupo cultural, apenas para se diferenciar. Fazer uma tatuagem no estilo tribal não quer dizer que a pessoa pertença a um grupo cultural.
A tattoo tribal teve início antes mesmo da civilização, possuindo uma história milenar, tendo sido usada por inúmeros grupos culturais. A arqueologia descobre constantemente múmias tatuadas, algumas com mais de 5 mil anos.
Entre as tribos que aplicavam a tattoo tribal podemos citar os maori, os borneo, os celtas, as tribos do Havaí e muitas outras. Em cada grupo cultural, as tatuagens apresentavam significados diferentes, normalmente representando a posição social da pessoa na tribo, como, por exemplo, os guerreiros que, a cada novo ato heroico, marcava o corpo com um sinal.
Em alguns grupos culturais, a tattoo tribal podia significar a riqueza de uma pessoa, com desenhos os mais variados, alguns mais simples, outros mais elaborados. Para os guerreiros, era importante que os desenhos tivessem o máximo de perfeição, uma vez que se acreditava que as tatuagens eram uma forma de manifestar mais poder em relação aos inimigos.
A tattoo tribal é hoje uma das preferidas pelas pessoas, principalmente em razão de seu maior apelo visual, causando um impacto visual bastante positivo, principalmente quando aplicada no braço, destacando-se na pele. Algumas pessoas mais supersticiosas acreditam que é um tipo de tatuagem que pode afastar a inveja e o mau olhado.
Otzi é o famoso e conhecido homem do gelo do período neolítico, encontrado congelado nos Alpes. Seu corpo apresentava 57 tatuagens, feitas com carbono. Os desenhos levaram os estudiosos à conclusão de que tenham sido feitas em rituais de cura, semelhantes à acupuntura.
Os especialistas em arqueologia e história da Universidade de York, na Inglaterra, consideram que os pontos tatuados e as cruzes em formato pequeno no corpo de Otzi, feitos na região lombar, no joelho esquerdo e nas articulações dos pés, eram correspondentes às áreas de degeneração natural, provocada por tensão.
Segundo os estudiosos, elas podem ter sido feitas para aliviar as dores nas juntas, o que leva a concluir que a tribo de Otzi usava a tattoo tribal como forma de encontrar a cura. Como não estavam localizadas em regiões que pudessem ser mostradas, não tinham o símbolo de status.
No Peru e no Chile, as culturas pré-colombianas eram bastante conhecidas pela tattoo tribal que utilizavam. A civilização Moche, por exemplo, usava tatuagens para demonstrar liderança. Essa cultura foi responsável pela conquista de extensa região na Cordilheira dos Andes. Algo bastante avançado para a época, por volta de 500 a.C.
Os arqueólogos consideravam que a cultura moche era patriarcal, até a descoberta de uma múmia feminina bastante preservada, com grande número de tattoo tribal pelo corpo, o que demonstrava que se tratava de uma cultura que possuía igualdade de gênero.
A múmia é de uma mulher de 25 anos, tendo sido a primeira grande descoberta. Seu copo possui imagens de símbolos mágicos, como aranhas e cobras, espalhados pelos braços, pernas e pés. Seu enterro foi feito com bastões cerimoniais, com lanças de arremesso e junto com um adolescente que, certamente, deve ter sido morto como sacrifício.
Entre as tribos indígenas norte-americanas, a tattoo tribal também era muito utilizada. Na maior parte das vezes, expressando crenças religiosas ou representando as conquistas nas guerras contra tribos rivais.
Os guerreiros faziam uma marca de tattoo tribal para cada cabeça derrubada em combate. Criavam entalhes na pele e esfregavam quiabo ou carvão para deixar a marca indelével.
Os homens de uma das maiores tribos indígenas norte-americanas, a Cree, utilizava a tattoo tribal no corpo inteiro. Já entre as mulheres, o costume era tatuar desenhos desde o peito até a pélvis. Acreditavam que isso garantia que tivessem uma gravidez mais segura.
A tribo Maidu, que habitava a região ao longo da Califórnia, também usava a tattoo tribal para expressar a beleza. As mulheres aplicavam de três a sete linhas no queixo, no sentido vertical, com uma diagonal saindo de cada canto da boca, levando-a em direção ao lado externo de cada olho.
A tattoo tribal era feita com cortes finos e estreitos, arranhando uma pedra afiada de obsidiana. Em seguida, esfregava-se carvão de noz moscada.
Nos homens, a tattoo tribal não apresentava um formato único. A marca mais encontrada era uma faixa subindo em linha reta desde a base do nariz. Além disso, os índios também aplicavam pontos e linhas no peito, nas mãos e nos braços.
Indígenas maori, na Nova Zelândia, criaram um estilo próprio de tattoo tribal, que até hoje leva o nome da tribo. Com desenhos elaborados e complexos, com tatuagens únicas e exclusivas, contando a história de cada guerreiro.
Os desenhos da tattoo tribal devem passar sempre uma mensagem. Ao escolher as linhas para formar um desenho, é importante mostrar algum significado. Principalmente as mulheres, que gostam de fazer tattoo feminina delicada. A tatuagem tribal é um dos estilos mais interessantes e chamativos, deixando uma marca única em cada pessoa.
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